Benvindo (a)!

Benvindo ou benvinda, amigo ou amiga,
Ao pedacinho de minh'alma que se reflete neste canto,
Fique à vontade, leia, comente,por favor, depois me diga
Sobre as paixões e desamores, seus dissabores e encantos;
Deixe que um verso meu se esgueire pelas dobras de seu sonhar,
e sedutor, se faça lua, se faça estrela, se faça espuma,
e se refleita qual a lua, nua, reflete no mar
suas paixões que calam n´alma e em luz, devastam as brumas.
Por favor sonhe, desnude o íntimo desejo de ser feliz,
conte estrelinhas, teça quimeras, aspire a maresia,
em cada verso, reflita seu verso- eu sou somente um aprendiz-
em cada rima, se veja eternidade, amante da poesia.

sábado, 18 de setembro de 2010

Despertando

                      By Raimundo Palmeira           
                                   às situações imaginárias que o  poeta vivencia

Hoje eu descobri o quanto era enganoso sonhar a destempo.
Quão ilusório tecer quimeras e querer colher estrelas em teu olhar;
Pois as quimeras se despedaçam, em contratempos
E em teu olhar faz dia, não pode refletir lua ou estrelas, e não tem mar.
Fitei teus olhos e eles tinham a mesma luz, mas não o encantamento
Que me postou um dia, qual imbecil poeta, como que enfeitiçado,
a construir sonhos impossíveis, a venerá-la, quase em sacramento.
Hoje eu percebi que teu olhar é lindo, mas não é encantado.
E me fez muito bem revê-la menina, não mais mulher;
Hoje distante amiga, não mais a companheira que a gente quer
Reter ao nosso lado, em confidências e brincadeiras inabaláveis.
E o mais admirável é  que, mesmo criança, impuseste o afastamento,
Iluminando a realidade e me mostrando teu eterno esquecimento.
Sou noite, o teu olhar é dia, não reflete minha lua, mas teu sol inolvidável.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ESTADO DE JÚRI

                             By Raimundo Palmeira


Por - Raimundo Palmeira



Ah! A ansiedade das madrugadas solitárias.
Olhos vermelhos sobre olheiras impostas pelos serões.
Os textos repassam, qual fossem cantilenas varias,
Articulados, depoimentos, quilométricas petições .
As horas de leitura descomprometida são furtadas,
O prazer do nada fazer é arrancado em supetão ,
Argumentos e contra-argumentos são revistos pelas madrugadas,
A vida mergulhada numa imensa solidão .
Quanta doutrina vista e revista incansavelmente,
Num doce desespero de salvar a inocência.
O corpo cansado insone, mas não fatiga a mente,
Disseca-se o processo, em busca de sua essência .
Mesmo a experiência ditando a realidade,
Aconselhando a calma de situações sabidas,
Treme-se ao saber ter nas mãos a liberdade
De quem lhe confiara o futuro, a próprio vida.
O fôlego trona-se mais curto, pouco a pouco,
O estomago se nega ao alimento necessário,
Um leve tremular de mãos, o medo de ficar rouco,
Os dedos que dedilham um rosário imaginário.
É o estado de júri , nosso velho conhecido,
Que acomete em julgamento, veteranos e principiantes,
Que se espelha na tensão dos momentos não dormidos
Em que garimpamos provas, como fossem diamantes.
Mesmo assim, nos resta tempo para amar,
Para delirar em paixões, no fogo que nos afeta,
Porque nós, advogados, somos predestinados a sonhar,
Porque cada advogado encerra em si um poeta.